Suposta operação agita Maputo: Defesa nacional desmente recrutamento compulsivo


O Ministério da Defesa Nacional distancia-se do suposto recrutamento de jovens para a obrigatoriedade do serviço militar e esclarece que tal facto não se conforma com as práticas e procedimentos estabelecidos na lei que regula a matéria.
Na manhã de ontem a população enfurecida ergueu barricadas na Estrada Nacional Número Um (EN1), mais concretamente nas proximidades do Mercado Grossista do Zimpeto, na cidade de Maputo, dificultando a circulação de pessoas e bens, em protesto contra o referido alistamento de jovens. Para além de bloqueada, jovens arremessaram pedras e estilhaços de vidros contra toda e qualquer viatura que ousasse atravessar o local, o que originou pandemónio, sobretudo nos que viajavam nos transportes semi-colectivos que se puseram a pular pelas janelas para escapar à fúria popular. Os ânimos só vieram a amainar com a chegada ao local de uma brigada conjunta da Polícia de Protecção e Polícia Municipal. Zimpeto foi o epicentro de uma manifestação que se alastraria por outros bairros das cidades de Maputo e Matola, dado que, segundo relatos postos a circular nas várias plataformas de comunicação, seria o primeiro ponto a escalar pelos agentes recrutadores.

O Ministério da Defesa Nacional reagiu de imediato à confusão assumindo que tomou conhecimento da circulação de informações em aglomerados populacionais, tais como mercados e estações de transporte público e acompanhou através das redes sociais alegados planos de suposto recrutamento compulsivo de jovens para o cumprimento do serviço militar.
Carlos Mucamissa, director nacional de Educação Cívico Patriótica no Ministério da Defesa Nacional, afirmou que as acções do suposto recrutamento compulsivo foram levadas a cabo por indivíduos desconhecidos em algumas localidades e bairros de Maputo, tais como Manhiça, Bobole, Marracuene, Zimpeto, T-3, Ndhlavela, Patrice Lumumba, entre outros, suportando que objectivo seria o treinamento de jovens para o reforço do efectivo das Forças Armadas de Defesa de Mocambique (FADM) que lutam contra os insurgentes na província de Cabo Delgado.
Mucamissa indicou que a circulação destas informações coincide com o decurso do recenseamento militar no país, cujo fim está previsto para o dia 28 de Fevereiro corrente.
“Actualmente, o Ministério da Defesa Nacional está a desenvolver um trabalho conjunto com as Forças de Defesa e Segurança, com vista a descobrir a origem, motivações e os presumíveis autores destes actos para a sua responsabilização criminal”, disse Carlos Mucamissa, apelando à calma, vigilância e colaboração da sociedade para a denúncia destes actos.

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